Artrose na Articulação Temporomandibular: quando o desgaste da ATM começa a mudar sua qualidade de vida

A dor que começa com um simples estalo ao abrir a boca. A dificuldade para mastigar alimentos mais firmes. O incômodo ao acordar, como se a mandíbula estivesse “travada”.

Se você se identificou com esses sinais, pode estar vivendo uma DTM com início de uma artrose na articulação temporomandibular (ATM), uma condição degenerativa que afeta as estruturas responsáveis por abrir, fechar e movimentar a boca. E o mais importante: ela pode ser controlada quando diagnosticada precocemente.

🩺 O que é artrose na ATM?

A artrose na articulação temporomandibular é uma forma de desgaste progressivo das superfícies articulares que conectam o maxilar ao crânio. Com o tempo, o disco articular e as estruturas ósseas sofrem atrito, inflamação, perda de lubrificação, o que causa dor, limitação e alterações na mordida.

Ela pode surgir como consequência de:

• Bruxismo (ranger dos dentes) constante, especialmente noturno;

• DTM não tratada, com sobrecarga mecânica da articulação;

• Traumas faciais antigos ou descompensações posturais;

• Alterações hormonais e fatores genéticos.

Sinais e sintomas que merecem atenção

Muitas pessoas ignoram os primeiros sinais de DTM e de artrose na ATM porque os sintomas parecem “inofensivos”, mas são eles que indicam que a articulação está pedindo ajuda:

• Estalos ou barulhos ao abrir e fechar a boca;

• Dor ao mastigar, bocejar ou falar por longos períodos;

• Dificuldade de abrir completamente a boca;

• Sensação de travamento;

• Dor de cabeça ou na região do ouvido;

• Inchaço leve próximo à mandíbula;

• Mudança sutil no encaixe dos dentes (a mordida parece “estranha”).

Com o tempo, a dor pode se tornar crônica, o que afeta a alimentação, o sono e até o humor.

O que acontece quando a artrose avança

Nos estágios iniciais, o problema é funcional, o disco articular apenas se desloca. Mas com o passar do tempo e a ausência de tratamento, o desgaste pode chegar ao osso condilar, reduzindo o espaço articular e causando deformidades.

Isso leva a:

• Assimetria facial discreta;

• Redução da altura do rosto;

• Limitação severa da abertura bucal;

• Dores irradiadas para cabeça, pescoço e ombros.

Em alguns casos, pacientes relatam que “o rosto mudou” e, de fato, a artrose altera a harmonia facial.

Por que o diagnóstico precoce é essencial

A boa notícia é que a artrose da ATM pode ser controlada e ter seus sintomas reduzidos significativamente com acompanhamento especializado. O tratamento é individualizado e pode incluir:

• Fisioterapia e reeducação muscular;

• Placas interoclusais personalizadas;

• Ajuste oclusal e controle de bruxismo;

• Terapias medicamentosas;

• Cuidados com postura, sono e rotina de estresse;

• Laserterapia e acupuntura;

• Autorregulação fisica;

• Psicoterapia e tratamento psiquiátrico;

Em casos avançados, pode haver indicação de intervenções minimamente invasivas (como artrocentese) ou cirurgia articular, cujo objetivo é sempre preservar a função e aliviar a dor.

Mais do que tratar dor, é sobre devolver bem-estar

A ATM é uma das articulações mais usadas do corpo humano, movimenta-se mais de 2000 vezes por dia. Por isso, cuidar dela é cuidar da sua mastigação, da sua fala e até da sua autoimagem.

Muitos pacientes relatam, após o tratamento, não só alívio da dor, mas melhora no sono, disposição e até na autoestima. Afinal, viver sem dor é o primeiro passo para viver de forma plena.

Avaliação especializada: o primeiro passo para recuperar seu conforto

Se você sente estalos, dor ao mastigar ou percebe que seu rosto tem mudado com o tempo, não espere piorar. Procure uma avaliação com um cirurgião bucomaxilofacial ou especialista em DTM.

Um diagnóstico preciso é o que separa a dor crônica da recuperação completa.

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👩🏻‍⚕️ Dra. Fernanda Schimidt — Cirurgiã Bucomaxilofacial